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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Autoestima Infantil: como ajudar?


Autoestima Infantil: como ajudar?


A psicóloga Beatriz Acampora, professora da Universidade Estácio de Sá (RJ) e autora do livro Autoestima: Práticas para Transformar Pessoas (Ed. Wak), com previsão de lançamento para este mês, explica a importância do amor próprio e de como os pais podem ajudar as crianças a desenvolverem esse sentimento.
CRESCER: Quando começa a formação da autoestima?
Beatriz Acampora: Desde que a criança nasce. No começo, ela se vê como extensão da mãe, então, para estimular a autoestima, é importante pegar o bebê no colo, dar carinho, amor, afeto. Aos poucos, ele começa a ver que a mãe não é só dele, que sai para trabalhar, e começa a ter outros cuidadores e a desenvolver a noção do “eu” e do “outro”. Com 1 ano, a criança já se olha no espelho e fala: “Bebê”. Às vezes, se beija no espelho.
C.: E qual é o papel dos pais nesse momento?
B.A.: Eles precisam estimular o filho a se reconhecer. Não podem superproteger e precisam incentivar a independência, para ele começar a criar a sua autoestima. Isso não significa só dizer coisas boas para a criança, mas também encorajar os pequenos sucessos. Se ela está aprendendo a andar e consegue ficar dois ou três segundos em pé, é importante festejar isso, dar o reforço positivo. Outra opção é apresentar pequenos desafios, como deixar a criança tentar encaixar as peças de um quebra-cabeça sozinha e fazer festa quando ela conseguir. Essa satisfação própria, que vem do mérito de ter feito algo sem ajuda, fortalece a construção do autoconceito. Entre 3 e 4 anos, ela já pode escolher a roupa, ir ao banheiro e tomar banho sozinha (com supervisão), e isso deve ser estimulado, para que ela aprenda a cuidar de si, a se valorizar e a fazer suas escolhas.
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C.: O que acontece quando os pais exageram nos elogios e tratam o filho como se ele fosse “o máximo”? Como não cair nessa cilada?
B.A.: É um grande erro dizer sempre que a criança é demais, tudo de bom. O ideal é estimular dentro do processo de realidade – e a frustração faz parte da vida, a criança precisa aprender a lidar com ela e superá-la. Os pais precisam mostrar que têm defeitos, fraquezas e qualidades, e que isso é normal do ser humano, assim como errar também é normal. Se a criança vir isso nos pais, vai reconhecer em si mesma os mesmos sentimentos, de forças e fraquezas. É importante mostrar que fazemos o nosso melhor, mas às vezes erramos, e aí corrigimos e tentamos fazer melhor da próxima vez.
C.: Criticar demais também pode prejudicar o desenvolvimento da autoestima da criança?
B.A.: Críticas pejorativas não são boas. É preciso ter cuidado com as palavras, porque uma comunicação negativa pode ter um impacto grave na criança. Para ela tudo é uma experiência, não existe certo e errado, então a maneira de repreender, o tom da voz, a fala, tudo tem que estar bem claro. Se ela bate em um colega, por exemplo, os pais não podem falar que ela é feia, horrível ou mesmo bater também. A criança tem que ser orientada com atenção e cuidado, para entender o que não pode, aprender a compartilhar e brincar junto. Falar coisas como “você sempre estraga tudo”, “esse menino é uma peste” e “você está me envergonhando” faz com que a criança se sinta inadequada. É melhor dizer: “você pode melhorar nisso e naquilo”, “eu posso te ajudar a superar essa dificuldade dessa forma”, “você é tão bacana, não precisa agir assim” e “existe lugar para tudo, aqui você não pode fazer isso”. Tudo sem ofender. A criança entende o que você fala, e quanto mais ela ouvir que é feia, que não faz nada direito, mais ela acredita que aquilo é verdade, o que resulta em baixa autoestima e que pode ser levada para a vida adulta.
Fonte: Revista Crescer

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